segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Largo




É um largo pequeno, com sombra constante, ao pé da praça maior.

Rodeado de esplanadas onde se lê, escreve, desenha, fotografa, põem-se conversas em dia, bebe-se café que por vezes esfria, tocam música e as pessoas passam, umas em passo arrastado, outras em passo acelerado, na azáfama do dia-a-dia.

O largo da florista.

O largo do "carvalho".

O ponto de encontro dos sábados de manhã onde os amigos se revêem depois de uma semana de trabalho.

O largo do cigano que vende óculos de marca duvidosa.

Um largo como tantos outros, mas para mim um largo especial, o nosso largo (porque eu sou tú)...o largo das mãos dadas, dos sorrisos, das gargalhadas e dos lábios tocados ao de leve, das confidências, dos desabafos e até dos amuos...o largo do sentir.

Soubesse eu escrever poemas de amor...tanto que este largo me inspiraria...mas não tenho esse "dom" , sou mais expressiva em gestos e palavras. Assim,sem autorização camarária e em nossa homenagem (porque merecemos) passa a chamar-se, apenas para nós, num sussurro ao vento, como as folhas da árvore ondulantes que dele faz parte...

Largo Momentos Únicos

2 comentários:

Paulo Lopes disse...

O (teu) vento que assim sussurra é o mesmo que faz a sombra do título?

Provavelmente sou suspeito para me pronunciar sobre o texto porque me revejo nessa história, da mesma forma que me sinto um pouco dono desse local onde me sinto em casa.
Vou andando à frente e peço o café? Sem açucar... eu sei.

Bj

Raul Martins disse...

Encontros e reencontros...
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E num sussuro ao vento deixai-me dizer-vos uma coisa: Foi aí na vossa terra que eu fui fazer, como se diz?!...já nem me lembro, os exames de aptidão para a tropa, e nem sei já onde fica o quartel, só sei que sai do cambóio e fui descendo por lá abaixo... até ao quartel... e sei que ao final da tarde fomos dar um passeio aí por Setúbal, por algumas ruas, cheias de lojas de roupas, bijutarias, calçado, e tomamos algures um café numa qualquer esplanada... e no outro dia mais um passeio por essa terra lindíssima, e fui ver os pescadores, não me lembro se perto do rio ou do mar, e palavra puxa palavra, um deles ofereceu-me, não peixes, mas um par de laranjas, eram da casa dele, como nunca comi na minha vida. Ainda há boas laranjas por ai? Ou seriam apenas as daquele pescador? Fiquei com a ideia que Setúbal é terra de boas laranjas.
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´Foram dois dias, longe do meu habitat habitual (tive que ir a Setúbal porque estava recenseado na Freguesia de S. Domingos de Benfica em Lisboa e a zona onde faziamos as tais provas eram em Setúbal) mas que, felizmente, pelo carinho das pessoas, me senti em casa.
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E com este post e o acrescento do PL, fiquei com vontade de tomar aí um café... e quem sabe, com a vossa companhia, que a Margarida registará com saborosa prosa e o PL com uma foto para mais tarde recordar... eh!eh!eh!
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E não fiquei apto... Porque, infelizmente, sou completamente surdo do ouvido direito. Certamente não conseguiria ouvir as ordens de qualquer general e colocaria a segurança deste país em perigo. E há males que acabam por ser um bem.
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E já vai longo este comentário... inspirado pelo Largo Momentos Únicos . Porque aqueles dois dias doram únicos na minha vida e ficaram na memória.
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Abraço tribal